Você sabe quem inventou o telefone celular?

Boa leitura!

Uma vez, em um tempo remoto, houve um mundo sem telefone celular, PASMEM! E houve uma outra época, não tão distante, em que os aparelhos, hoje pequenos e leves, pesavam cerca de um quilo e tinham praticamente o tamanho de uma régua de colégio. Segundo o professor de Engenharia João Ernandes Vieira, “quem desenvolveu o sistema de algoritmos foi William Lee, pesquisador de telecomunicações da Universidade de Nova York, que em 1983, na cidade de Chicago, promoveu a primeira aplicação da plataforma de telefonia móvel”. Mas a primeira chamada feita com um telefone móvel foi realizada por Martin Cooper a seu maior concorrente no setor, Joel Engel, dos Bell Labs da AT&T, de uma rua de Nova York. “Sabe de onde estou ligando?”, disse. Cooper, que ganhou o Prêmio Príncipe de Astúrias, estava na Sexta Avenida, em Nova York, prestes a conceder uma entrevista coletiva no hotel Hilton para anunciar que tinha acabado de fazer a primeira chamada da história com um telefone móvel.

Martin Cooper, o pai dos celulares 

Tudo começou dentro dos carros

A ideia de criar uma rede de telecomunicações baseada em radiofrequência é antiga — na década de 1940, a Bell Labs (empresa afiliada com a AT&T, que hoje é uma das maiores operadoras dos EUA) já discutia o assunto com os órgãos regulatórios estadunidenses. Ao longo dos anos 1950 e 1960, a empresa conduziu seus próprios experimentos em paralelo com a Motorola, gerando uma verdadeira corrida para ver quem lançaria o primeiro celular.

Na época, a Motorola era líder no segmento de car phones — telefones que eram instalados em automóveis e trabalhavam com canais de comunicação limitados. Aliás, o próprio nome da companhia vem do título de seu primeiro car phone, que foi chamado de “motor” (referindo-se ao motor automotivo) e “ola”, um sufixo bastante comum naqueles tempos (basta se lembrar da vitrola ou victrola, patente da Victor Talking Machine Company).

Em 1970, a Motorola elegeu Martin Cooper como o responsável pelo time que desenvolveria o primeiro celular da companhia. Desapontado com a falta de flexibilidade dos car phones, Cooper afirmava que celulares deveriam ser “um telefone pessoal — algo que poderia representar um indivíduo para que você pudesse atribuir um número; não a um lugar, não a uma mesa, não a uma casa, mas uma pessoa”.

O famoso “tijolão”

O DynaTAC (DYNamic Adaptive Total Area Coverage ou Cobertura Total de Área Dinâmica Adaptiva) 8000x era bem diferente do que estamos acostumados nos dias de hoje. Primeiramente, ele era enorme, tendo dimensões de 33 cm x 4,4 cm x 8,9 cm. Além disso, o produto pesava 793 gramas — para fins comparativos, um iPhone X pesa apenas 174 gramas. Ainda que o gadget fosse portátil, você dificilmente conseguiria carregá-lo no bolso.

Outro limitador era a bateria, que durava apenas 30 minutos de conversação e demorava 10 horas para ser recarregada por completo. Sendo inicialmente focado ao público corporativo, o 8000x foi lançado pelo preço sugerido de US$ 3.995 (o que equivale a aproximadamente R$ 13 mil na cotação atual da moeda). Em comparação, um bom car phone custava na época em média US$ 2,5 mil (cerca de R$ 8 mil).

Além do teclado numérico, o usuário tinha nove teclas especiais à sua disposição, incluindo a Rcl (Recall) para rediscar o último número chamado e a Sto (Store) para guardar um contato na agenda, que tinha memória para armazenar 30 entradas. As informações eram exibidas em um display LED de cor vermelha — algumas edições especiais do DynaTAC (como a International Series e a 6000XL) exibiam caracteres nas cores azul e verde.

Apesar do preço proibitivo, o DynaTAC foi um sucesso, e, depois do lançamento de diversas versões com poucas mudanças estruturais, o gadget foi substituído por completo pelo MicroTAC, que foi apresentado em 1989 e era bem mais compacto. Enfim, a humanidade tinha um telefone celular que podia ser guardado no bolso.

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